Sabe-se, porque nem tão burros somos, que todo político é ladrão. Não vive só de seus proventos, enriquece na carreira política ou já é rico (em nossa democracia o poder é hereditário, um político de sucesso elege seu filho, seus parentes) e nela se locupleta sem o menor pudor, decência ou dignidade.
Isso sabemos. Participar dessa trama custa a vida, custa viver uma vida de merda entre patifes que se sacanaeiam tanto quanto a nós nos roubam. Os que estão no alto repartem o botim, qualquer o partido. Por mais que um diga mal do outro, ali, no bar da esquina (no caso, hotel de luxo), estão aos risos e abraços. Mas nenhum dá as costas ao outro. Ali é terra de ninguém, todos puxam o tapete de todos. Amizade é termo sem sentido.
Isso sabemos. É uma forma escrota de ganhar a vida, mentindo sempre e, claro, ensinando isso aos filhos, até pelo exemplo. Quer prá ti? É o que custa o poder que poderás talvez nunca alcançar e ficar a obedecer canalhas para sempre. Estive ente eles, são todos doentes.
Salta aos olhos: qualquer pessoa minimamente decente não sobreviverá num meio assim. Os canalhas estão no poder e de lá só serão apeados pela própria estupidez. Porque a incompetência anda junto com a patifaria. Porque seres humanos são capazes de colaborar entre si, mas macacos não são.
É preciso reduzir ao mínimo a participação na sociedade que eles dominam, aproveitar-se dela, mas viver ao lado. Nenhuma causa vale sequer uma vida, quanto mais milhares, que dirá milhões.
O carro do ano não vale o tempo gasto em ganhar o suficiente para a prestação. Assim o tênis de marca ou roupa de grife.
A sociedade de consumo é crime contra o planeta. Precisa parar. É preciso repensar o relacionamento pessoal de cada um com a sociedade, com o poder.
arnaldo sisson